ESPORTE

Cada exemplar uma nova história interessante.

CASSIO RIVETTI

(EDIÇÃO AGOSTO 2020)

Atleta de hipismo com grande experiência internacional vive em San Diego e contou para a revista Brazuca News um pouco da sua história e carreira.

Ele começou a montar com sete anos de idade em 1987 em São Paulo, no centro de equitação do cavaleiro olímpico Caio Sérgio José de Carvalho. Já são 33 anos dedicados quase que inteiramente ao esporte. Fez todas as categorias de base no Brasil: Mirim, Júnior e Young Riders. Foi campeão Brasileiro de Mirim e SulAmericano de Júnior em 94. Mudou para Europa em 2003 com 23 anos e foi direto montar com os melhores cavaleiros da história do Brasil, Nelson Pessoa e o Rodrigo Pessoa, medalhista de ouro olímpico. Ficando por lá 6 anos competindo em todos os concursos internacionais e participando do Campeonato do Mundo pelo Brasil em 2006. Em 2008 recebeu uma proposta de um Ucraniano para montar e treinar os cavalos dele, mas para isso ele teve que mudar sua nacionalidade esportiva. Ficando 8 anos montando pela Ucrânia e, durante esse período, participou de duas Olimpíadas, Londres 2012 e Brasil 2016, dois Campeonato do Mundo e dois Europeus. Depois das Olimpíadas do Rio resolveu representar as cores do Brasil, montar pelo nosso país e montar seu próprio negócio.

Brazuca News: Como foi disputar Olimpíadas pela Ucrânia? Por que Ucrânia?

Cassio Rivetti: Eu mudei de nacionalidade esportiva como condição para treinar e montar os cavalos da equipe Ucraniana, então representei o país nas Olimpíadas de 2012 e 2016. Em Londres fiquei em 12º lugar. Foi um motivo de muito orgulho pra mim e pra equipe. No fim das contas o Hipismo é um esporte muito individual, e qual esportista não sonha em disputar uma Olimpíada? Este ano eu estava muito bem encaminhado para participar das Olimpíadas de Tóquio pelo Brasil, mas infelizmente o evento foi adiado devido a Covid.

BN: Qual a raça de cavalo ideal para a prática? Quanto custa um cavalo de alto rendimento para competições olímpicas?

CR: As raças geralmente são européias, como o Holsteiner alemão e o Selle francês. Existem também as Belgas e uma mistura de todas essas raças de Europa. O valor de um cavalo pode variar bastante, um cavalo mais “pronto” para uma Olimpíada pode custar entre US$1.5 e US$3 milhões. Nós dependemos de patrocinadores, que geralmente são os proprietários/nego-ciadores de cavalo que mantém os animais, que são bem caros, aí a gente treina e monta os cavalos deles.

BN: Onde as pessoas podem procurar este esporte em San Diego? Existe alguma escola?

CR: O melhor lugar para treinar em San Diego é em Rancho Santa Fé, onde existem várias cocheiras e escolas para esse esporte. Em Encinitas também existem algumas boas opções de escolas. E uma outra alternativa são os manejos particulares.

BN: Qual a diferença em treinar aqui e no Brasil?

CR: Esse esporte ainda está em evolução no Brasil mas falta investimento por lá. Existem muitos cavaleiros brasileiros bons, mas a maioria acaba indo pra fora do Brasil. Funciona mais ou menos como o futebol, os jogadores talentosos vão buscar um nível mais alto na Europa. Com o hipismo é a mesma coisa. Aqui nos Estados Unidos o nível também é muito bom, com concursos com excelentes premiações. E ainda tem a qualidade de vida aqui em San Diego,que não tem melhor! As competições diminuíram bastante recentemente devido a Covid, ficamos cinco meses sem competir e só agora as coisas estão voltando ao normal, porém ainda sem público e com as premiações reduzidas, já que muitos patrocinadores pararam de investir. Siga Cassio Rivetti no Instagram: @cassiorivetti