ESPORTE

Cada exemplar uma nova história interessante.

JADEL GREGÓRIO (EDIÇÃO SETEMBRO 2020)

Recordista Brasileiro e Sul-Americano da prova do salto triplo, batendo a marca do nosso grandioso herói brasileiro o João do Pulo que já durava 32 anos.

Um dos grandes nomes da história do atletismo mundial, top 10 de todos os tempos do salto triplo. Escreveu um livro; “Jadel Gregório - Pare de arrumar desculpas”. Um ídolo, uma lenda viva do esporte brasileiro, morando aqui em San Diego, história bem legal que você confere aqui na Brazuca News. Jadel Gregório é natural da cidade de Jandaia do Sul no interior do Paraná, foi para Marília/SP com 17 anos e entrou para o mundo dos esportes porque enxergou ali uma chance de mudar de vida. Logo nas primeiras competições (brincadeiras) após vencer uma prova ele ganhou um pacote de bolacha. Isso lhe trouxe de volta à “brincadeira” porque não tinha dinheiro pra comprar comida. “Entao nao fui eu que escolhi o atletismo, eu fui escolhido”. “Corria descalço e mesmo assim ganhava as provas, porque é da minha natureza ter determinação e vontade de ganhar. Mas a fome era maior ainda. Eu corria para ganhar comida”. Aos 19 anos foi campeão nacional pela primeira vez e em 2003, nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, na República Dominicana, ele ganhou a medalha de prata. Ganhou o ouro no Pan- Americano de 2007 disputado no Rio de Janeiro. Seu recorde pessoal foi batido no mesmo ano, com um salto de 17,90m que também é até hoje o recorde Brasileiro e SulAmericano. Recordista, melhor salto do ano, sempre estando entre os melhores, mas infelizmente, teve como “adversário” o seu próprio país. Integrantes do comitê olímpico, confederação e pessoas que fazem pontes com patrocinadores eram as pessoas que mandavam no esporte. Mandam até hoje como ele mesmo disse. “Ia chegar forte na olimpíadas, mas por falta de apoio do meu próprio país precisava competir várias vezes durante o ano para me manter”. Tinha dificuldades para treinar até no Brasil, Jadel chegou a ser impedido de treinar em alguns estádios. Ele sofreu retaliação por cobrar mais investimentos e dizer que o dinheiro do governo federal e de patrocinadores não chegavam integralmente até os atletas. “Eles queriam me queimar”, afirma Jadel. Chegando as olimpíadas de 2008 ele já não se encontrava em seu auge como em 2007, mas ainda com grandes chances de ser medalhista. Infelizmente não se concretizou. “Tive minha carreira encerrada muito precocemente por vários motivos”, explica. Seus adversários competiam no máximo 4 vezes por ano, justamente porque tinham patrocinadores e o apoio dos seus países. Enquanto Jadel precisava participar de 20 ou mais competições no ano para se pagar. Enquanto seus concorrentes estavam treinando e pensando somente em grandes competições, como mundiais e olimpíadas. Como reflexo deste ritmo frenético de competições, vieram as dores e lesões nos joelhos e coluna, consequência dos fortes impactos da modalidade do salto triplo. “Eu fui atleta na pureza da palavra. Me dediquei 100% enquanto competia. Não ia a festas, não bebia, não fumava.

Sempre comprometido com os treinamentos e competições. Cuidava do meu corpo e mente como ninguém. Evitava escadas para não gastar energia em dias de competição”. Ele pensou em ate mudar de nacionalidade esportiva, também sendo dificultada pela comissão brasileira e acabando não acontecendo. Com todo este turbulento relacionamento com a direção do esporte no Brasil, ele foi perdendo a motivação pelas competições. E após ficar fora das olimpíadas do Rio de Janeiro, foi chamado para ser sub-secretário de esportes da cidade de São Paulo. Aceitou o convite logo pensando em ajudar as crianças da periferia por onde ele mesmo passou. Para seu espanto, viu que recursos financeiros para investir em novos talentos existia desde sua época. Porém este dinheiro nunca chegava até a eles. Isso o fez de novo entrar em atrito com pessoas com interesses apenas em benefício próprio. Perguntado se teria melhores resultados em competições caso recebesse a mesma formação dos jovens aqui nos EUA? Jadel afirma que sim! “eu teria me desenvolvido tecnicamente e fisicamente melhor. Não é exagero dizer que poderia ter quebrado o recorde mundial, estava caminhando para isto”. Para finalizar, Jadel comemora a oportunidade de estar vivendo em San Diego. “Aqui tem uma receptividade muito boa com imigrantes, me senti muito bem. Por ser negro tambem fui muito bem recebido com minha familia!”.

Hoje Jadel trabalha como personal trainer e também como treinador de atletismo e outros esportes em escolas na Califórnia. Seu trabalho como Personal Trainer vem crescendo bastante, graças ao conhecimento adquirido durante sua vida de atleta. Conquistando vários clientes sem que os mesmos saibam de seu histórico olímpico. Ele credita isso a efetividade dos resultados obtidos com seus alunos. Segundo Jadel, ele não aceita treinar qualquer pessoa, somente quem realmente deseja mudar sua rotina, que esteja comprometido com o resultado. “Fazendo assim, diferença pra mim e principalmente para quem busca por evolucao”. Jadel possui uma van com todos os aparelhos necessários para os treinamentos, uma espécie de academia itinerante. Ele também apoia o fortalecimento da comunidade brasileira em San Diego e se diz à disposição para contribuir da melhor maneira possível. Siga Jadel Gregório no Instagram: @jadelgregorio